A masturbação é interpretada de várias maneiras ao longo da história por diversas sociedades e religiões. Durante um grande período de tempo considerada um tabu, reúne muitas visões culturais.
Há 10 mil anos a.C., o homem do paleolítico já representava a masturbação solitária e coletiva.
Na Antiguidade, era tratada diferente em diversas culturas. Os sumérios acreditavam que a masturbação aumentava a potência sexual, e era um ato do criador. o deus Enki havia criado os rios Tigre e Eufrates através de suas ejaculações. Assim como na Suméria, no Egito Antigo também acreditava-se que a masturbação era um ato divino, o deus Atum haveria criado o universo masturbando-se, e ao ejacular, criou o rio Nilo. Com isso os faraós dedicavam um tempo a cerimônias onde se masturbavam no Nilo. Haviam santuários de adoração onde os egípcios se masturbavam coletivamente em adoração ao deus Atum. Os Maias possuíam rituais de masturbação que eram gravados em pedras e encontrados hoje em ruínas. Já os gregos viam a masturbação de forma muito mais relaxada, considerando-a como um ato substituto do prazer sexual. Para eles, homens de classe superior não precisavam se masturbar, pois poderiam obter prazer sexual mais facilmente com escravas, prostitutas e mulheres de classes inferiores. Nas classes mais abastadas, a masturbação era vista como chacota. Apesar de pouco retratada, a Roma Antiga tratava a masturbação de forma semelhante a Grécia. Já para os indianos, a masturbação acarretava perda de energia vital, e a prática deveria ser evitada. O esperma deveria ser conservado dentro do corpo o maior tempo possível, levando ao desenvolvimento da masturbação tântrica. Somente algumas etnias africanas não possuem registros de masturbação na Antiguidade.
Com a chegada do Cristianismo no Ocidente, a masturbação começou a ser reprimida por questões morais e religiosas. Desperdiçar esperma era considerado um pecado grave, chegando a ser punido com pena de morte no século XVII em colônias puritanas nos Estados Unidos. A Igreja Católica considerava um pecado mais grave que o incesto, se baseando na interpretação do Antigo Testamento sobre Onã. A medicina se aliou as igrejas católica e protestante qualificando a masturbação como uma doença abominável, além de um grave problema moral, pois o espermatozóide seria um bebê em miniatura. A partir do século XVIII a visão da igreja foi sendo deixada de lado, e surgiram diversos mitos sobre a masturbação, que faziam com que ela fosse cada vez mais condenada. Era vista como responsável por diversos distúrbios no estômago, causava problemas respiratórios, tosse, paralisias... As 'doenças decorrentes do Onanismo' costumavam atacar os jovens e libidinosos. Durante esse período não eram incomum dispositivos que impediam a masturbação, como os famosos cintos de castidade e os anéis Kali, cujo espinhos apertavam e machucavam o pênis quando este ficava duro.
A partir do século XX, novas linhas de pensamento começaram a enxergar a masturbação de forma diferente. Apesar de algumas religiões a considerarem como desordem moral, a medicina começa a enxergar a masturbação como uma prática sadia. Estudos relacionados a sexualidade deixaram de ser tabu, e a masturbação passou a ser vista como algo natural. Estudos inclusive mostram que pode ajudar a prevenir câncer de próstata. Defendida como essencial para se conhecer o próprio corpo, a masturbação na atualidade é cada vez mais frequente nas culturas ocidentais e algumas orientais, sendo ainda condenada em locais muito ligados a religião.
Nenhum comentário:
Postar um comentário